Estava sentada no cadeirão às quatro da bússola. Só dei por ela, vestida de negro como nunca a tinha visto, e eu já a vira decerto algumas vezes, quando me virei para trás.
Começou por uma conversa eclesiástica. Disse qualquer coisa sobre três mil e duzentas comunhões, creio que em simultâneo.
Depois o discurso descambou para uma espécie de prognóstico médico feito a compasso. Foi este evoluindo com trejeitos do vestido negro no cadeirão até que o seu olhar se fixou no meu e me disse que o prazo estava a acabar.
Percebi então que estava por horas. Que não veria o dia de Domingo.
Não deve ter sido calmamente que a escoltei até à porta da rua e me despedi dela. por MCV às 23:44 de 29 outubro 2022
Geração mais qualificada de sempre
Uma senhora legendada como professora universitária proferiu por duas vezes a palavra órbitra. por MCV às 22:35
Incidente federal
Um jornalista americano usou o adjectivo “federal” para classificar o pisoteio de centenas de pessoas em Seul.
Um cabal exemplo de cabeça formatada. por MCV às 19:22
Noves fora, nada
imagens de páginas das respectivas campanhas por MCV às 01:02
Путин
Há, nas afirmações de Putin e de acordo com as traduções ouvidas e lidas, algo que subscrevo: o mundo ocidental está demente.
A sanha do politicamente correcto em esmagar a ciência, em negá-la a cada passo, impondo modelos acordantes com uma mentalidade doentia esmagou por ora a razão.
Nisso ele tem razão. por MCV às 20:37 de 28 outubro 2022
Neo-surrealismo prático
Na estética surrealista uma afirmação do tipo a+b=verde seria uma manifestação artística e nada mais. Afastar-se da razão faria toda o sentido como atitude.
O que se verifica hoje entre as camadas mais jovens, ainda que supostamente cultas, é a utilização no quotidiano prático da afirmação a+b=verde para regular as suas acções.
Não há ali pinga de lógica que se detecte.
Não faltam na publicidade emitida nas televisões alguns exemplos desse ilogismo prático de premissas disparatadas.
Resta saber se essa irracionalidade abraça quem não faz uso diário da razão e da lógica se, pelo contrário, se destina a impressionar pela negativa quem ainda raciocina: E dar com isso destaque à marca.
É um mistério para mim. por MCV às 16:32 de 27 outubro 2022
Gente incapaz
Há demasiada gente incapaz a reivindicar como se o país fosse rico.
Gente incapaz com carimbos e certificações que ou se rende ao corporativismo reivindicativo cego e surdo ou se encontra sediada numa utopia da qual não se apercebe. por MCV às 22:30 de 26 outubro 2022
Na RTP, para ilustrar a morte de Carlos Melancia colocaram uma imagem de Rocha Vieira.
Não é preciso muito para perceber que se trata de um erro básico de um novato sem cabeça em que a televisão é pródiga.
Já se percebeu que nenhum dos oradores sobre a história do gasoduto e das ligações de energia sabe coisa alguma sobre o assunto e sequer é capaz de raciocinar, o que de resto não espanta.
Costa disse-o mas esqueceu-se de se ver ao espelho. por MCV às 13:06
O transporte colectivo é em grande parte preterido pelo individual por uma questão de comodismo e privacidade.
Isto nos centros onde coexistem. Há uma boa porção de território em que tal não acontece.
O ódio que grande parte da ecúmena nutre pela outra parte e que é exacerbado pela ausência de contacto directo, resulta em grandes doses de irritação no trânsito quotidiano e é, por via da presença próxima do outro, mitigado no transporte colectivo.
Resulta assim numa certa redução da comodidade do transporte individual.
Uma espécie de paradoxo. por MCV às 20:30 de 23 outubro 2022
Gasoduto
Uma exigência que se não pode fazer é a Rangel que explique a história da derrota de Portugal no caso do gasoduto Barcelona - Marselha.
Rangel é mais um iludido com as potencialidades de Sines para o interesse europeu. por MCV às 00:31