Em tempos, os congressos do PSD eram o equivalente nacional à noite dos Óscares. Santana Lopes, uma das estrelas (ou a estrela) com lugar cativo na passadeira vermelha, matou a coisa. Ao decidir-se por chegar ao topo a partir das bases. O que de facto nem chegou a acontecer. Chegou lá por desistência. E perdeu depois as directas que disputou. Toda uma ironia.
Não sou, nunca fui militante do PSD. Nem de qualquer outro partido. O facto de o presidente do PSD poder vir a ser primeiro-ministro é suficiente para que me detenha na observação deste e daquele. Já aqui escrevi sobre Passos Coelho e sobre Rangel, numa altura em que o segundo estava longe de ser considerado candidato ao lugar. Sobre o primeiro, tenho verificado que nos últimos tempos é geralmente considerado o mais bem preparado intelectualmente dos quatro candidatos anunciados, mas... E este mas mais os ataques de que tem sido alvo, de todos os lados, parecem denunciar um receio qualquer que não é explícito nem o pode ser. Sobre o segundo, Rangel, registo as contradições em que caiu embora o considere um tipo capaz. Se o parlamento tivesse, distribuídos pelos diferentes partidos, 230 deputados com a bagagem de qualquer um destes dois homens, muito melhor estaríamos na certa. Tenho de Aguiar Branco uma ideia mais parda. E de Castanheira de Barros, nada posso dizer.
Quem mais haverá alinhado à partida? Não conto ir a Mafra este fim de semana. por MCV às 04:19 de 13 março 2010
Não fosse a mão de Vata e eu teria perdido uma aposta que de resto estava a ser instado a mudar face à transmissão televisiva a que assistíamos bem perto do Estádio do Luz. O urro que então se ouviu antecipou, se a memória não me trai nesse particular, o alçar da mão aos nossos olhos. Uma aposta que fizera com o mesmo companheiro de andanças, uns bons meses antes, à hora de almoço enquanto víamos na televisão do restaurante as imagens do tremor de terra em São Francisco. Era o dia 19 de Outubro de 1989 e eu apostei, não sei por que ideia luminosa, que o Benfica iria à final da Taça dos Campeões e perderia. A mão de Vata pôs a bola na baliza quase 6 meses depois, a 18 de Abril! O Benfica foi à final e perdeu. Hoje faz uns jogos (um jogo?) que isso foi. por MCV às 20:56 de 11 março 2010
Já lá vão 35 anos
Sobre uma história muito mal contada.
Primeiras páginas em Jorge Feio; Fernanda Leitão; Carlos Pina, “11 de Março: autópsia de um golpe”, APR, Lisboa, 1975 por MCV às 18:54
Cofragens
Gostava eu de saber qual é a evolução da taxa de acidentes com colapso na betonagem de pontes e viadutos desde que se começou a usar betão armado (ou simples) em Portugal.
Independentemente de ter sido isso ou não o que se verificou ontem na A4. Dizem que sim mas as imagens que vi estão longe de ser esclarecedoras.
espólio Campos Vilhena, foto de MSS, 1956 por MCV às 02:23
A Santa Oposição
Estando o país como está, a Santa Oposição em vez de atacar onde é importante e ajudar onde é necessário, anda a alinhar gente para ser ouvida nos Estaus, digo em São Bento. A propósito de nada e de coisa nenhuma. por MCV às 20:12 de 10 março 2010
Toyota USA
A série de incidentes com Toyotas que nos Estados Unidos tem sido relatada é, para além das causas, uma pouco inocente campanha e um repositório de imbecilidades tal que nos faz sentir ilusória e relativamente mais seguros na estradas portuguesas. por MCV às 18:39
Hoje sou portista
Nunca percebi qual era a preferência clubística do meu Pai. A única coisa relacionada com futebol que me comunicou e ficou entranhada foi uma história passada num jogo do Futebol Clube do Porto. Mas o moral da história estava longe de ser alinhado com uma preferência por este clube. Mesmo assim, admito que a cidade e o ambiente o possam em qualquer altura ter influenciado nesse sentido. Mas não sei. Não soube, não saberei. Admitindo que, por essa via, tenha adquirido um pouco de sangue azul e branco, as minhas próprias experiências não me encaminharam para a simpatia para com o Futebol Clube do Porto. Mas nunca deixei de torcer pelo Porto nas competições europeias. Fui dos que comemorei em Lisboa a vitória de 87. Em 2003 e 2004 já não tinha vida para isso e ainda assim passei pelas ruas de Lisboa. Previa a eliminação do Porto esta noite. Disse-o há dias. Mas, mesmo recordando o passado recente em casa do Arsenal (4-0 na época passada) – coisa que parece que escapa à maioria dos comentadores – não esperava um balanço tão mau. Hoje sou portista. E fico chateado com a derrota. por MCV às 23:55 de 09 março 2010
Paternidade
Ouvi agora mesmo no tempo de antena do MDM, a propósito do Dia Internacional da Mulher, um apelo ao respeito pelos direitos laborais correlatos com a maternidade e com... a paternidade!!! Ele havia coisas que eu supunha impossíveis. por MCV às 20:02 de 08 março 2010
Pecuum
Não vou acrescentar uma palavra às referências biblícas ao pastor e às ovelhas. Apenas noto que os maus pastores castigam as ovelhas. por MCV às 17:42
Efeitos especiais
Há um erro de construção lógica quando se quer mostrar as capacidades de uma televisão a cores através de uma televisão a preto e branco, Há um erro de construção lógica quando se quer mostrar as capacidades de uma televisão de alta definição através de uma televisão de baixa definição (sendo que alto, baixo ou normal aqui são conceitos voláteis). Há um erro de construção lógica quando se quer dar a ilusão das três dimensões sem que o receptor possua o equipamento necessário (que pode ser um vulgar par de óculos). Em todas estas situações há erros lógicos elementares. E, todavia, que corriqueiras elas são.
A propósito do acidente de aviação que vitimou duas figuras bem conhecidas da sociedade portuguesa, ouviu-se hoje repetidamente dizer que a pista era “ilegal”. Estou longe de estar inteirado dos requisitos que são necessários para que uma recta alcatroada ou não, possa receber com regularidade aeronaves que careçam de pista. Mas sei que se me apetecer nivelar e alcatroar uma recta com umas centenas de metros lá no monte, não haverá quem me detenha. Tudo isto, no entanto, é absolutamente irrelevante quando um avião se despenha por causas que em nada se relacionam com o local de onde levantou ou onde irá aterrar, a acreditar nas notícias. Ou não será? por MCV às 22:27 de 07 março 2010
Porque ele há ruas com dias e coisas que batem certo